O tempo é seu Maior Ativo: registre a sua marca hoje mesmo
*Por Christian Muhlbach – Publicitário e Jornalista MTB / 3754 SC
No mundo dinâmico dos negócios, cada decisão estratégica pode definir o sucesso ou o fracasso de uma empresa. Entre tantas prioridades, muitas vezes os empreen-dedores acabam negligenciando um fator fundamental: o registro da marca. Mais do que um ativo legal, registrar sua marca é um passo crucial para garantir que o tempo e esforço investidos no seu negócio não sejam desperdiçados. O tempo, mais do que dinheiro, é o recurso mais valioso de qualquer empresário. Anos podem ser dedicados à construção de uma marca sólida, ao desenvolvimento de uma identidade reconhecida e à conquista de confiança junto aos consumidores. No entanto, todo esse trabalho árduo pode ser posto em risco caso a marca não seja registrada. A urgência aqui é clara: o tempo que você gasta para construir sua reputação pode ser rapidamente comprometido se outra empresa registrar um nome ou símbolo semelhante ao seu.
Ao não registrar a marca no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o empresário está sujeito a um risco significativo de perder o direito sobre a identidade da sua empresa. Um concorrente, ao perceber o valor daquela marca não registrada, pode se apropriar legalmente dela, e a empresa original pode ser forçada a abandonar anos de construção de reputação e reiniciar esse processo do zero. Imagine o custo de reposicionar sua empresa no mercado, criar um novo nome, reformular campanhas publicitárias e, pior ainda, reconquistar a confiança dos consumidores. Tudo isso consome o que há de mais precioso: seu tempo.
O processo de registro, ao contrário do que muitos pensam, não é tão complexo ou demorado. O investimento em tempo para garantir a exclusividade de uso da marca é ínfimo perto do que se pode perder ao não fazer esse registro. Mais do que proteger sua identidade, o registro de marca é uma forma de economizar tempo e energia futuros, evitando batalhas judiciais e possíveis prejuízos financeiros.
Além disso, o registro de marca é um ativo que se valoriza ao longo do tempo. Uma marca registrada gera confiança no mercado, atrai investidores e pode ser licenciada ou até vendida, criando novas oportunidades de receita. E essas oportunidades, por sua vez, só existem para aqueles que protegem sua identidade desde o início.
Pequenos empresários, geralmente criam oportunidades com muito suor ao longo dos anos e conseqüentemente começam a ver os frutos renderem. A clientela cresce e se fideliza, o faturamento sobe o suficiente para você até pensar em expansão, tirando da gaveta aqueles velhos planos de ampliação, abertura de uma filial ou, quem sabe, até começar um sistema de franquias. Daí você lembra que lá no começo do negócio algum amigo perguntou se você já tinha registrado sua marca, mas você deixou mais pra frente, quando estivesse sobrando uma verba.
Então, o empresário corre atrás do tempo perdido e inicia o processo de registro de sua marca e se depara com uma notícia, no mínimo, desanimadora: alguém iniciou o processo de registro de marca semelhante.
Por isso é imprescindível, buscar apoio de um profissional especializado em registro de marca. Ele vai poder aconselhar qual o melhor caminho a tomar, e quais as probabilidades de sucesso.
É melhor prevenir do que remediar
O melhor a fazer é separar parte do seu capital para investir no pedido de registro ao iniciar o negócio, para que você seja o primeiro da fila e não tenha esta dor de cabeça.
Confira alguns casos de negócios que, ao não registrarem suas marcas de forma adequada, enfrentaram problemas jurídicos que os forçaram a recomeçar do zero. Aqui estão alguns exemplos:
1. Pousada Flor do Mar – Florianópolis
Um pequeno negócio familiar que administrava uma pousada chamada Flor do Mar na região de Florianópolis, especializada em turismo ecológico, acabou enfrentando um problema ao descobrir que outra empresa, com sede em São Paulo, havia registrado o nome “Flor do Mar” no INPI. A pousada, que já operava há alguns anos sem registro, foi notificada e teve que mudar completamente sua identidade para continuar operando legalmente, perdendo clientes que já conheciam a marca e enfrentando dificuldades de reposi-cionamento no mercado turístico.
2. Café Cantinho da Serra – Serra Catarinense – Um charmoso café na Serra Catarinense, o Cantinho da Serra, era bastante frequentado por turistas. No entanto, o proprietário não se preocupou em registrar a marca. Com o tempo, outra empresa na área de alimentação registrou um nome semelhante e solicitou a exclusividade do uso. O pequeno café teve que passar por uma mudança de marca, impactando seu reconhecimento local e enfrentando os custos relacionados ao rebranding.
3. Artesanatos Cores do Sul – Balneário Camboriú – Uma loja de artesanatos chamada Cores do Sul, que vendia produtos feitos à mão inspirados na cultura sulista, foi forçada a mudar de nome depois que uma empresa de outro estado registrou o nome “Cores do Sul” para produtos artesanais semelhantes. Sem ter como contestar, os proprietários catarinenses tiveram que renomear o negócio e refazer sua identidade visual, além de perder parte da clientela, que já associava o nome anterior aos produtos oferecidos.
4. Habib’s vs. Ragazzo – No início dos anos 2000, a rede de fast food Habib’s lançou a marca Ragazzo, focada em comida italiana, sem realizar o registro imediato da marca. Pouco tempo depois, uma empresa já havia registrado o nome “Ragazzo” em outra categoria de produto, o que levou a uma disputa judicial. Apesar de conseguir resolver o impasse e manter o nome, a Habib’s enfrentou custos judiciais e o risco real de precisar mudar a marca que já tinha começado a ganhar força no mercado.